9 ano (Mourisco) 2 Bimestre
O gênero textual crônica: resumo e características
A crônica é um gênero textual curto escrito em prosa, geralmente produzido para meios de comunicação, por exemplo, jornais, revistas, etc.
Além de ser um texto curto, possui uma "vida curta", ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do cotidiano.
A palavra crônica, do latim chronica, refere-se a um registro de eventos marcados pelo tempo cronológico. Do grego khronos, significa tempo.
Assim, as crônicas estão extremamente conectadas ao contexto em que são produzidas, por isso, com o passar do tempo, elas perdem sua “validade”, ou seja, ficam fora do contexto.
As características das crônicas
• narrativa curta;
• uso de uma linguagem simples e coloquial;
• presença de poucos personagens, se houver;
• espaço reduzido;
• uso de ironia.
• temas relacionados a acontecimentos cotidianos.
Crônica: Furto de flor
Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.
Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.
Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la no jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.
Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me.
– Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!
Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis. Rio de Janeiro, José Olympio, 1985. p. 80.
Tipos de orações
A relação entre as orações pode se dar de duas formas: com ou sem dependência de sentido. Por exemplo, se temos duas orações, ou seja, dois enunciados com verbo ou locução verbal em um mesmo período, as duas poderão ter uma relação de coordenação ou de subordinação.
Orações coordenadas: as orações não dependem uma da outra para ter sentido completo. Quando sozinhas, podemos compreender a ação sem necessidade de recorrer a outra para completar o sentido.
Ex.: Fomos ao congresso e apresentamos o artigo.
1° oração: Fomos ao congresso.
2° oração: e apresentamos o artigo.
Perceba como sozinhas as orações já apresentam uma informação completa. Portanto, trabalham coordenadas, sem dependerem uma da outra.
Orações subordinadas: as orações dependem uma da outra para ter sentido completo. Quando sozinhas, não podemos as compreender completamente. Precisamos recorrer a segunda oração para completar o sentido.
Ex.: É possível que Juliana não faça a prova.
1° oração: É possível.
2° oração: que Juliana não faça a prova.
Perceba como sozinhas as orações não estão completas, não expressam a informação por completo. Observe a oração principal: "É possível." O que é possível? A conclusão dessa informação só pode ser lida na segunda oração: "que Juliana não faça a prova." Nesse caso temos uma relação de subordinação.
Tipos de período
Período simples: também chamado de "absoluto", o período simples apresenta somente 1 oração. Ou seja, contém apenas um verbo ou uma locução verbal.
Ex.: Visitamos o museu histórico nas férias.
Período composto: o período composto apresenta mais de uma oração. Caso suas orações sejam coordenadas, nós o chamamos de "período composto por coordenação", se suas orações forem subordinadas, nós o chamamos de "período composto por subordinação".
Ex.: Visitamos o museu histórico nas férias e vimos fósseis de dinossauros.
Orações subordinadas
Orações Subordinadas Substantivas
As orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem a função de substantivo no período composto por subordinação. Ou seja, podem ter o sentido de: sujeito, predicado, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e aposto.
Obs.: as orações subordinadas serão sempre iniciadas pelas conjunções integrantes: que/se.
1. Oração Subordinada Subjetiva: a oração subordinada exerce a função de sujeito.
Dica: Observe se a oração principal está sem sujeito.
Ex.: É obvio que seremos aprovados.
2. Oração Subordinada Objetiva Direta: a oração subordinada exerce a função de objeto direto, ou seja, completa o sentido de um verbo transitivo direto.
Dica: sempre haverá um verbo junto da conjunção integrante que não exige uso de preposição.
Ex.: Todos sabemos que seremos aprovados.
3. Oração Subordinada Objetiva Indireta: a oração subordinada exerce a função de objeto indireto, ou seja, completa o sentido de um verbo transitivo indireto.
Dica: sempre haverá um verbo junto da conjunção integrante que exige o uso de preposição.
Ex.: O professor gosta de que nos esforcemos sempre.
4. Oração Subordinada Predicativa: a oração subordinada exerce a função de predicado.
Dica: sempre haverá um verbo de ligação junto da conjunção integrante.
Ex.: A certeza é que você virá.
5. Oração Subordinada Completiva Nominal: a oração subordinada exerce a função de complemento nominal, ou seja, completa o sentido de um substantivo.
Dica: sempre haverá um substantivo abstrato junto da conjunção integrante.
Ex.: Eu tenho certeza de que passaremos na prova.
6. Oração Subordinada Apositiva: a oração subordinada exerce a função de aposto.
Dica: a oração subordinada sempre virá depois de dois pontos ( : ).
Ex.: Temos um só desejo: que passemos na prova.
Orações subordinadas adjetivas
As orações subordinadas adjetivas exercem a função de adjetivo em relação à oração principal.
Geralmente, são introduzidas por pronomes relativos (que, quem, qual, quanto, onde, cujo, etc.), os quais exercem a função de adjunto adnominal do termo anterior. O adjunto adnominal tem valor de adjetivo.
Orações subordinadas adjetivas explicativas
Separadas por vírgulas, as orações subordinadas explicativas, como o próprio nome já indica, explicam melhor ou esclarecem o termo ao qual se referem.
Exemplos:
1) O exame final, que estava muito difícil, deixou todos apreensivos.
Oração principal: O exame final deixou todos apreensivos.
Oração subordinada adjetiva explicativa: que estava muito difícil.
2) João, que é o mais calmo da turma, surpreendeu a todos.
Oração principal: João surpreendeu a todos.
Oração subordinada adjetiva explicativa: que é o mais calmo da turma.
Orações subordinadas adjetivas restritivas
Ao contrário das orações explicativas, as orações restritivas restringem ou delimitam o significado de seu antecedente e não são separadas por vírgulas.
Exemplos:
1) As pessoas que são racistas merecem ser punidas.
Oração principal: As pessoas merecem ser punidas.
Oração subordinada adjetiva restritiva: que são racistas.
2) As pessoas que não praticam esporte costumam ser mais doentes.
Oração principal: As pessoas costumam ser mais doentes.
Oração subordinada adjetiva restritiva: que não praticam esporte.
Orações reduzidas
Orações reduzidas são orações introduzidas por formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e que não são acompanhadas por conjunção ou pronome relativo.
Orações reduzidas | ||
---|---|---|
de infinitivo | de gerúndio | de particípio |
É provável ele atrasar o treino. | Mesmo atrasando o treino, ele disse que viria. | Mesmo atrasado, ele disse que viria ao treino. |
Orações reduzidas de infinitivo (terminação em -r)
Oração subordinada substantiva subjetiva
- É recomendável beber muita água.
- Desenvolvida: É recomendável que todos bebamos muita água.
Oração subordinada substantiva predicativa
- O meu sonho é viajar pelo mundo.
- Desenvolvida: O meu sonho é que eu viaje pelo mundo.
Oração subordinada substantiva completiva nominal
- Tenho esperança de tirarem boas notas.
- Desenvolvida: Tenho esperança de que tirem boas notas.
Oração subordinada substantiva objetiva direta
- Desejo convidar a vizinha para jantar.
- Desenvolvida: Desejo que a vizinha venha jantar.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta
- Dar à família más notícias é sempre a pior parte.
- Desenvolvida: A pior parte é que dou as más notícias à família.
Oração subordinada substantiva apositiva
- Deu a seguinte ordem: fazer o dever de casa.
- Desenvolvida: Deu a seguinte ordem: que eu faça o dever de casa.
Oração subordinada adjetiva restritiva
- Foi o único a lembrar do aniversário do professor.
- Desenvolvida: Foi o único que lembrou do aniversário do professor.
Oração subordinada adjetiva explicativa
- O cão, a ladrar de madrugada, é do síndico.
- Desenvolvida: O cão, que ladrou de madrugada, é do síndico.
Orações reduzidas de gerúndio (terminação em -ndo)
Oração subordinada adjetiva restritiva
- Comprando na padaria de costume, conseguimos servir deliciosos bolos frescos a quem vem nos visitar.
- Desenvolvida: A quem vem nos visitar, conseguimos servir deliciosos bolos frescos que compramos na padaria de costume.
Oração subordinada adjetiva explicativa
- O cão, ladrando de madrugada, era do síndico.
- Desenvolvida: O cão, que ladrou de madrugada, era do síndico.
Orações reduzidas de particípio (terminação em -do)
Oração subordinada adjetiva restritiva
- Servimos deliciosos bolos frescos comprados na padaria de costume.
- Desenvolvida: Servimos deliciosos bolos frescos que compramos na padaria de costume.
Oração subordinada adjetiva explicativa
- Fui acordada pelo vizinho, assustado na porta de casa.
- Desenvolvida: Fui acordada pelo vizinho, que estava assustado na porta de casa.
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