8º ano - Mourisco (3º Bimestre)

 Conteúdos: Reportagem, coesão e coerência, formação de palavras e ambiguidade.

Reportagem 

    A reportagem é um gênero textual argumentativo veiculado nos meios de comunicação: jornais, revistas, televisão, internet, dentre outros. Tem como objetivo informar sobre fatos relevantes ao mesmo tempo que busca criar uma opinião nos leitores, portanto, possui uma função social como formadora de opinião.

    Diferenças para o gênero notícia:

NOTÍCIA	REPORTAGEM
TÍTULO, SUBTÍTULO, LIDE E CORPO DA NOTÍCIA. INFORMA FATOS DE MANEIRA DESCRITIVA, SEM DAR OPINIÕES. LINGUAGEM FORMAL, CLARA E OBJETIVA. GÊNERO TEXTUAL DESCRITIVO. RELATIVAMENTE MAIS CURTA QUE A REPORTAGEM.	TÍTULO, SUBTÍTULOS, LIDE E CORPO DA REPORTAGEM. INFORMA FATOS DE MANEIRA ARGUMENTATIVA, BUSCA INFLUENCIAR A OPINIÃO DOS LEITORES. LINGUAGEM FORMAL, CLARA E OBJETIVA. TEOR INVESTIGATIVO. GÊNERO TEXTUAL ARGUMENTATIVO.

Exemplos de reportagem escrita:

Biomassa já responde por quase 10% de toda a matriz energética do Brasil

Biomassa é a matéria de origem vegetal ou animal que pode virar energia. Entre os resíduos usados, está o bagaço de cana e os resíduos florestais.

    A biomassa já responde por quase 10% da matriz energética brasileira e hoje é uma das principais linhas de pesquisa no país. Inclusive, já tem empresa produzindo a própria energia a partir da casca de arroz e de aveia.

    A maioria dos brasileiros pode até não saber o que é biomassa, mas ela está pertinho da gente, todo santo dia.

    "Biomassa é toda matéria de origem vegetal ou animal que inclui resíduos, inclui plantações energéticas, inclui plantações de árvores, que podem ser também aproveitadas energeticamente e, até mesmo, resíduos sólidos urbanos, como, por exemplo, o lixo das cidades, resíduos rurais e resíduos de animais", explica Suani Coelho, coordenadora do Centro Nacional de Referência em Biomassa da USP (Universidade de São Paulo).

    É difícil imaginar um país com mais biomassa que o Brasil e com tanto potencial. A biomassa responde por 9,53% da matriz energética brasileira.

    Destaque para o bagaço de cana, resíduos florestais, lichivia, que é um subproduto da indústria papeleira, biogás do lixo e de resíduos agropecuários, casca de arroz, entre outras fontes. Mas, segundo os cientistas, o potencial de exploração energética da biomassa do nosso país equivaleria em uma conta conservadora a pelo menos quatro hidrelétricas de Itaipu.

    Apenas a queima do bagaço de cana gera 10 mil megawatts. "Metade disso é para consumo próprio das usinas, mais ou menos metade é usada para ser exportada para a rede. Mas nós temos um potencial para dobrar essa exportação para a rede, portanto podemos ter mais de uma Itaipu sendo produzida e sendo injetada na rede", aponta Suani Coelho.

(Trecho da reportagem do Jornal da Globo - 30/10/2014, por André Trigueiro)

Exemplo de reportagem em vídeo:

Profissão Repórter - O trabalho religioso nas penitenciárias brasileiras (15/04/2025)

Profissão Repórter - O dia a dia de pessoas com doenças psiquiátricas graves (01/02/2025)

Formação de palavras 

    As palavras na língua portuguesa podem ser formadas através de 4 principais processos:

1. DERIVAÇÃO:

    É o processo pelo qual uma palavra é formada a partir de uma palavra primitiva. Esse processo pode ser realizado pela adição de afixos (prefixos ou sufixos) em palavras primitivas, pela alteração de sua classe gramatical ou pela redução de seu tamanho.

a) Derivação por prefixação: nesse tipo de derivação é adicionado um afixo antes do termo primitivo.

 

Exemplo: (IN) + VISÍVEL = INVISÍVEL.

                 (A) + TÍPICO = ATÍPICO.

b) Derivação por sufixação: nesse tipo de derivação é adicionado um afixo depois do termo primitivo.

Exemplo: VISÍVEL + (MENTE) = VISÍVELMENTE.

                 FLOR + (CULTURA) = FLORICULTURA. 

 

c) Derivação parassintética: nesse tipo de derivação são adicionados um prefixo antes e um sufixo depois do termo primitivo.

Exemplo: (A) + NOITE + (CER) = ANOITECER.

                 (IN) + FELIZ + (MENTE) = INFELIZMENTE.

d) Derivação imprópria: nesse tipo de derivação ocorre a alteração da classe gramatical do termo primitivo. 

Exemplo: "Nós vamos jantar."     ⇾    "Nós fizemos o jantar."

                                   (verbo)                                (substantivo)

e) Derivação regressiva: nesse tipo de derivação, ao invés de adicionarmos um afixo em um termo primitivo, ocorrerá sua diminuição.

Exemplo: COMBATER   ⇾  COMBATE.

                 MERGULHAR  ⇾  MERGULHO. 

2. COMPOSIÇÃO:

    É o processo pelo qual as palavras são formadas pela união de duas ou mais palavras primitivas. Esse processo pode ocorrer de duas principais formas:

a) Composição por justaposição: nesse tipo de composição, duas ou mais palavras primitivas são unidas de forma que não sofrem alteração nos sons, ou seja, não há alteração dos fonemas.

Exemplo: CACHORRO + QUENTE = CACHORRO-QUENTE.

                 GIRA + SOL = GIRASSOL.

b) Composição por aglutinação: nesse tipo de composição, duas ou mais palavras primitivas são unidas, mas há alteração no som das palavras.

Exemplo: VINHO + ACRE = VINAGRE. 

                 PLANO + ALTO = PLANALTO.

3. NEOLOGISMO:

    É um processo que consiste na invenção de palavras, seja para nomear objetos ou conceitos novos que ainda não possuem um nome, seja para tornar a língua mais moderna. Os neologismos ajudam a deixar nosso vocabulário mais dinâmico e se adaptar as transformações do mundo. Também são comuns na propaganda, em músicas e poemas.

Exemplo: SEXTOU = Chegou a sexta-feira.

                INTERNETÊS = A linguagem que se usa na internet.

                CAETANEAR = Vem do nome do cantor Caetano Veloso.

                DESCÃOBELADOS = Brincadeira com as palavras "cão" e "descabelados".

4. ESTRANGEIRISMO:

    É o processo pelo qual surgem palavras novas por meio de termos de outras línguas.

Exemplo: INTERNET = Do inglês Internet.

                CLICAR = Do inglês to click.

                ABAJUR = Do francês Abat-jour.

                CHÁ = Do chinês 茶 (chá).

USO DE VÍRGULAS

    O uso da vírgula não é tão simples como parece, mas não tão complicado ao ponto de não ser aprendido após conhecermos suas regras e truques.

    Diariamente surgem dúvidas acerca desse sinal gráfico cuja omissão ou uso incorreto pode alterar completamente o sentido do discurso.

    Exemplos:

• Essa, mãe, nunca limpa a casa.
• Essa mãe nunca limpa a casa.

• Não, quero saber o que se passa.
• Não quero saber o que se passa.

Em suma, a vírgula tem a função de separar elementos dentro de uma mesma frase ou oração.

Quando Usar a Vírgula

1. Para separar elementos

    A vírgula serve para separar, dentro da mesma oração, elementos que têm a mesma função sintática e que, regra geral, não sejam ligados pelas conjunções e, nem, ou.

    Exemplo:
    Objetivos, conteúdo, método e recursos didáticos compõem um plano.

    Truque: Se você estiver listando várias coisas, vai precisar usar vírgula!

2. Depois do vocativo

    A vírgula é usada para separar a invocação de alguém.

    Exemplo:
    Ana, atenda a campainha!

    Truque: Está chamando alguém? Use vírgula depois!

3. Entre o aposto

    Frequentemente o aposto aparece entre vírgulas.

    Exemplo:
    João, professor do Ensino Médio, está de licença.

    Truque: Introduziu uma explicação ou clarificação no meio da oração? Use vírgula.

4. Depois dos advérbios “sim” e “não”

    A vírgula é usada após esses advérbios quando eles iniciam uma oração que atue como resposta.

    Exemplo:
    Sim, estamos satisfeitos com os resultados.

    Truque: Depois de sim ou não iniciais em respostas, coloque sempre vírgula.

5. Na intercalação de texto

    A vírgula é utilizada para inserir expressões intercaladas dentro de uma oração, bem como orações intercaladas dentro de outras orações.

    Exemplos:
    Vi, porém, as opções que eu tinha.
    Ele não vai, de forma alguma, obedecer.
    A atriz, disse o público, atuou com brilhantismo.

    Truque: Coloque entre vírgulas aquilo que estiver "quebrando" uma frase que por si só já tem sentido.

6. Na omissão de verbos

    A vírgula é usada para assinalar a omissão de palavras, sendo maioritariamente utilizada na omissão do verbo.

    Exemplo:
    Vamos de carro; eles, de ônibus.

    Truque: A vírgula é usada em alguns casos para substituir uma palavra que já tenha sido usada na frase. Mas atenção, é uma forma pouco usual de escrever e pode levar ao erro. O melhor truque é não tentar escrever dessa forma.

7. Acompanhando local e data

    Emprega-se a vírgula para separar o topônimo da data.

    Exemplo:
    Brasil, 24 de julho de 2015.

    Truque: Fácil: Local, Data. Sempre.

Quando não Usar a Vírgula

    A vírgula não pode ser usada nas seguintes situações:

    1) Para separar o sujeito do predicado

    2) Para separar o verbo do complemento

    Exemplos:

• O professor, finalizará o plano de aula durante esta semana. (errado)
• O professor finalizará o plano de aula durante esta semana. (certo)
• Professores, pais e alunos se reuniram, no auditório da escola. (errado)
• Professores, pais e alunos se reuniram no auditório da escola. (certo)

    Também não é usada na seguinte situação:

    3) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

    Exemplo:
    Os relatórios que ele preparou estão sob a mesa.

    Truque: "Que ele preparou": Esta informação é essencial para sabermos que relatórios são! Não coloque vírgula.